Você sabia que nem sempre aquela dor de cabeça constante está associada ao estresse do dia a dia? Pois é, em muitos casos ela é consequência de uma disfunção da articulação temporomandibular (a articulação que liga a mandíbula ao crânio) e tem tratamento.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica relata que 35% da população geral é acometida por essa disfunção, e que a incidência em mulheres é 400% maior do que em homens.
Acompanhe a leitura para entender como essa disfunção pode estar associada à dor de cabeça e outras dores no corpo.
ATM e DTM: o que são?
A articulação temporomandibular (ATM) é responsável por conectar a mandíbula ao osso temporal (as têmporas do nosso crânio). Essa articulação está presente em ambos os lados da face, muito próxima ao ouvido, e é composta por musculatura, ligamentos e menisco.
Já a disfunção da articulação temporomandibular (DTM), que também é conhecida como dor orofacial, é um acometimento dessa articulação que pode ter origens crônicas ou não.
Algumas das causas da DTM são:
- traumas nos locais das articulações;
- traumas no queixo;
- estresse;
- artrites e artroses;
- características anatômicas desenvolvidas durante a vida;
- hábitos ruins como morder lábios, bochechas, roer unhas, objetos, etc.
Já alguns dos sintomas da DTM são:
- cefaleia (a famosa dor de cabeça);
- rigidez ou dor cervical (no pescoço);
- dificuldades para abrir a boca sem sentir dor;
- crepitações da ATM (uma sensação de areia na articulação);
- dor nos músculos da mastigação;
- mandíbula travada ou fora do lugar;
- alterações nas oclusões dentárias (mordida cruzada);
- ruídos, zumbidos, etc.
O estudo que citamos anteriormente relata ainda que o estresse é um grande fator e que está presente, em forma de tensão, em 85% dos casos. Mas, mesmo com esses dados, não há como concluir que o estresse, isoladamente, provoque uma dor na ATM. Para que o estresse possa atuar como dor sobre essa articulação, é necessário que haja uma disfunção anatômica ou de espasmo da musculatura que está envolvida.
Dor de cabeça e mandíbula (DTM):
Embora a correlação entre entre a DTM e os diferentes tipos de cefaléias ainda não seja totalmente esclarecida pelos estudiosos, a dor de cabeça é provavelmente o sintoma mais comum e a queixa mais relatada pelos portadores de DTM, sendo que resultados de estudos clínicos sugerem fortemente uma aproximação entre essas duas afecções.
Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de São Paulo, avaliou 84 mulheres na faixa de 30 anos e conclui que 21 delas tinham enxaqueca crônica e 31 tinham enxaqueca episódica (de vez em quando); 32 não apresentavam nenhum tipo de dor de cabeça.Já os sintomas e a prevalência de sinais de DTM apareciam em:
- 54% das mulheres sem enxaqueca;
- 80% das mulheres com enxaqueca episódica e
- 100% das mulheres com enxaqueca crônica.
Por isso, pode-se assumir que DTM e enxaqueca são comorbidades. Assim, um paciente com DTM seguramente tem dor de cabeça, mas ter uma dor de cabeça não necessariamente significa ter uma DTM.
Tratamentos
A taxa de casos severos de DTM que necessitam de alguma intervenção cirúrgica é muito baixa. A grande maioria dos casos pode ser tratada sem necessidade de procedimentos invasivos ou permanentes.
O tratamento pode variar entre a aplicação de calor ou uso de medicamentos prescritos pelo(a) dentista, produção de uma placa de bruxismo para pacientes que têm esse hábito e técnicas de relaxamento e controle de tensão.
Pode-se ainda utilizar a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) que relaxa os músculos da face e suas articulações, aliviando a dor por meio de correntes elétricas de baixa tensão. A correção de problemas oclusais com o uso de aparelhos ortodônticos também pode ser utilizada nos casos em que uma mordida cruzada é o causador da DTM, por exemplo.
Já a solicitação de exames de imagem, como radiografias e ressonância, é bem importante para avaliar se há alguma alteração anatômica que pode estar contribuindo para o problema, especialmente em casos mais severos em que o paciente tem sintomas crônicos que não melhoram com os tratamentos convencionais.
Ou seja, os tratamentos que são mais invasivos ou permanentes (que são os casos cirúrgicos e ortodônticos), geralmente são indicados somente após tratamentos não invasivos que costumam solucionar grande parte dos casos.
Mas lembre-se: no caso de você ou alguém da sua família apresentar algum desses sintomas, não tente fazer tratamentos em casa. Somente um profissional qualificado pode diagnosticar e tratar corretamente qualquer problema bucal, incluindo os relacionados com a articulações da face. Mesmo que a dor de cabeça nem sempre esteja associada a problemas na mandíbula, uma visita ao dentista pode te deixar mais tranquilo(a).
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