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Dra. Camila Locatelli responde principais dúvidas sobre aparelho ortopédico dental

Dra. Camila Locatelli responde principais dúvidas sobre aparelho ortopédico dental

19/10/2020

Muitas pessoas se equivocam quando pensam que é muito cedo pra uma criança usar aparelho ortopédico dental. Isso acontece porque elas confundem o aparelho ortopédico com o aparelho ortodôntico. Mas eles não são a mesma coisa!

Por isso, hoje a Redeplus explica as diferenças entre esses dois tipos de tratamento em entrevista com a Dra. Camila Locatelli, especialista da clínica, que nos ajuda a responder as principais dúvidas sobre esse aparelho.

Acompanhe a leitura!  

Ortodontia x Ortopedia funcional dos maxilares

A confusão entre as áreas de atuação da odontologia acontece quando não se sabe diferenciar muito bem essas duas especialidades. Então vamos começar por isso.

A ortodontia, a qual comumente se ouve mais falar, visa tratar o posicionamento inadequado dos dentes e dos ossos maxilar e mandibular. Através do tratamento ortodôntico são corrigidos não só problemas estéticos, mas  principalmente, condições dentais que afetam funções importantes, como, por exemplo, a deglutição.

Outros problemas como: dores de cabeça, disfunção temporomandibular, dor orofacial, dores no pescoço, ombros e costas, e problemas de postura são alguns sinais que podem estar diretamente relacionados com problemas oclusais que podem ser tratados com a ortodontia.

Já a ortopedia funcional dos maxilares (ou ortopedia facial) visa um redirecionamento do crescimento ósseo da face e dos dentes. Isso significa que a ortopedia facial tem função preventiva no crescimento inadequado dos ossos da face e pode diminuir o tempo e a necessidade de tratamentos ortodônticos.

Entre os distúrbios que a ortopedia funcional dos maxilares pode tratar estão: 

A grande diferença entre essas duas especialidades é que a ortopedia facial busca prevenir desde cedo o crescimento inadequado dos ossos faciais, enquanto a ortodontia busca corrigir esse crescimento irregular.

O ideal é que as crianças sejam diagnosticadas entre os 2 e 3 anos e recebam o tratamento adequado antes que o desenvolvimento de seus ossos faciais ocorra inapropriadamente. Mas isso não impede que elas sejam diagnosticadas e tratadas em idade mais avançadas. É possível que o tratamento seja realizado até que elas alcancem o pico de crescimento (na puberdade).

Em muitos casos, o tratamento ortopédico soluciona a disfunção diagnosticada e o(a) paciente não necessita de tratamento ortodôntico posterior.

Tratamento

Quando a criança é diagnosticada e nota-se a necessidade do uso de aparelho ortopédico dental infantil, há algumas opções que podem ser consideradas.

Como cada paciente apresenta necessidades específicas, somente um profissional qualificado pode determinar qual tipo de aparelho deve ser utilizado, uma vez que existem diversos tipos de aparelhos ortopédicos, tanto removíveis como fixos. 

Os aparelhos removíveis oferecem mais conforto, mas exigem uma colaboração maior do paciente, já que pode ser retirado a qualquer momento e interromper o tratamento. Os aparelhos fixos podem ser um pouco menos confortáveis no início, mas não há como a criança removê-lo sozinha  e, por isso, podem ser necessários para evoluir melhor o tratamento. 

Além disso, cabe ressaltar ainda que o tratamento é indolor, já que esses aparelhos atuam provocando mudanças passivas nas estruturas ósseas e muscular das arcadas dentárias. É provocando estímulos nos nervos sensoriais da região bucal que se alcançam os resultados esperados.

Dúvidas sobre aparelho ortopédico dental infantil

Para nos ajudar a responder as principais dúvidas sobre a Ortopedia Funcional dos Maxilares, a Dra. Camila Gaspari Locatelli, cirurgiã-dentista e especialista em Ortodontia na Redeplus, respondeu as principais dúvidas sobre o uso desses aparelhos.

Confira a entrevista abaixo:

Em quais casos o aparelho ortopédico é indicado? Quais são os desequilíbrios que a ortopedia funcional dos maxilares resolve?

Dra. Camila: O aparelho ortopédico é indicado para crianças em fase de crescimento, ou seja, quando não se possui a estrutura óssea facial completamente desenvolvida. São indicados para corrigir maloclusões e alguns hábitos que são nocivos à saúde oral, como o uso prolongado de chupeta e sucção de dedo, mal posicionamento da língua e respiração bucal.

Os aparelhos podem resolver alguns desequilíbrios como: mordida aberta, que geralmente ocorre quando a criança usa muito a chupeta ou tem o hábito de chupar o dedo; mordida cruzada, quando normalmente a maxila (arcada superior) é mais estreita; quando se tem uma diferença muito grande entre os tamanhos da maxila e mandíbula; falta de espaço para irrupção dos dentes permanentes, entre outros.

Qual é a importância de iniciar o tratamento o quanto antes?

Dra. Camila: Costumamos dizer que quanto antes iniciar o tratamento com aparelhos ortopédicos, mais fácil será para resolver o ”problema”. É importante ter o diagnóstico precoce destas maloclusões para ter uma maior chance de sucesso no tratamento.

Nas crianças e até em adolescentes (que ainda não atingiram o pico de crescimento), os dentes e os ossos da face ainda estão em desenvolvimento, com isso, através dos aparelhos nós conseguimos ”remodelar” e movimentar a base óssea para a posição mais próxima do que elas deveriam estar.

É muito importante que durante o tratamento haja total colaboração da criança e acompanhamento dos pais para que ocorra sucesso no resultado do tratamento.

Quais são as vantagens do aparelho ortopédico em relação ao tratamento ortodôntico?

Dra. Camila: Os aparelhos ortopédicos atuam diretamente sobre o crescimento e desenvolvimento dos maxilares e outras estruturas da face, remodelando e redirecionando o crescimento dos dentes e dos ossos.

Enquanto a ortodontia atua diretamente nos dentes e seu posicionamento nas arcadas, sem causar alterações na estrutura óssea da face.

Quando a má oclusão é diagnosticada precocemente, realiza-se um tratamento precoce com aparelhos ortopédicos, melhora-se a condição do caso, minimizando a chance de maiores problemas futuros de oclusão, como cirurgia ortognática, extração de dentes permanentes e falta de espaço nas arcadas.

O aparelho ortopédico substitui o tratamento ortodôntico? Até que idade isso é possível?

Dra. Camila: A resposta é não. Cada aparelho é indicado para um determinado tipo de tratamento.

O que pode acontecer é que com o uso dos aparelhos ortopédicos, pode-se minimizar os efeitos para posteriormente utilizar o aparelho fixo. Em casos mais simples, por exemplo, somente com o tratamento precoce (ortopedia) já resolve o caso, não sendo necessário passar para a próxima fase corretiva (ortodontia).

O ideal é que os aparelhos ortopédicos sejam usados no máximo até o paciente atingir o pico de crescimento (em torno de 11 anos nas meninas e 13 anos nos meninos).

É possível realizar o tratamento com adultos? Sob quais condições?

Dra. Camila: Como o adulto já possui toda a estrutura óssea desenvolvida, os aparelhos ortopédicos não são eficazes.

Nesses casos em que o paciente já atingiu a maturação óssea, não utilizou os aparelhos durante a fase de crescimento (ou não obteve um resultado satisfatório), é necessária uma cirurgia ortognática para a correção das desproporções ósseas entre a maxila e mandíbula. A cirurgia é feita por um cirurgião buco-maxilo, onde ele consegue alterar o posicionamento ósseo e o ortodontista vai fazer os ajustes de posicionamento dentário necessários.

Você ainda tem dúvida se seus filhos precisam utilizar o aparelho ortopédico facial infantil?Então agende uma consulta com um de nossos especialistas através do WhatsApp para ter um diagnóstico completo.

Dra. Daniela Garbin Neumann

CRO/SC 5990 - Cirurgiã-dentista formada há 24 anos pela UFPR, tem mestrado e doutorado em Odontologia pela UFSC, na área de saúde coletiva - com estágio na Universidade de Toronto, Canadá. Pela sua tese de doutorado, foi premiada no Prêmio Capes de Tese 2015, e recebeu menção honrosa na Academia Catarinense de Odontologia.⠀ ⠀

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